segunda-feira, 28 de março de 2011

Mais uma primavera para minha coleção

Sexta-feira: acordei triunfante, mas um tanto tímido. Talvez fosse bobeira, pode ser. Vai ver minha cabeça pensou muita coisa, e tudo em pouco tempo. Talvez dezessete anos tenham passado mais rápido do que deveriam, e não mais voltaram. Talvez uma primavera ganha, implique em algumas coisas que antes não faziam muita diferença. Parece banal, pareço banal.
Quinze, dezesseis e até dezessete anos e tudo que se quer, é dezoito. Quando se consegue, parece besteira. Você parece besta, por ter desejado tanto uma coisa e, quando a tem, não faz tanta diferença. Você não se sente diferente.
Idade é algo que difere, tecnicamente, em escolhas, princípios e modos de pensar. Mas não é tudo, não é apenas a idade. Há (tantos) outros fatores que implicam em nosso modo de viver, pensar e realizar vontades, em como vivemos e desejamos viver. Enfim, em nossas escolhas. A maior idade não é um fenômeno, e nem o torna mais ou menos importante. Na verdade, você é o mesmo, com as mesmas ideias, com os mesmos valores... Só que com dezoito anos. E que fique claro que mudanças acontecem, sim, mas não dizem respeito à idade: as mesmas podem acontecer a qualquer momento e apenas depende de como você age, vive e a forma como pensa.
Com um tempo, ao assoprar as velinhas, você não faz apenas um pedido. Agora, aos dezoito, você não deseja apenas uma coisa. Você quer mais coisas, você sente mais vontades. Pois bem, talvez isso tenha mudado: você se tornou mais ambicioso. E talvez isso não seja tão bom ou não tão bom. Ou talvez seja. Você se tornou mais crítico, também.
Você mudou, o mundo muda. Mas você não mudou pelo fato de ter feito dezoito anos, você mudou agora. Escrevendo esse texto, você mudou. Pensando, você mudou. A idade não interferiu, mudanças acontecem a qualquer momento, com qualquer idade e aonde quer que você esteja.
O primeiro pedaço de bolo não é mais tão cobiçado, mas, para você que decide a quem dar, é realmente importante. E talvez você tenha mudado mais esse conceito. Ou não.
Um "feliz aniversário", agora, soa ainda mais profundo. E quando esquecem, vira mágoa.
Um telefonema, uma mensagem, um e-mail e tantas outras coisas ganham ênfase, recebem mais valor. E quando não cumpridas, a decepção é dobrada. Tudo é válido. Ou seja, sim, você mudou. Obteve êxito.
Até o desabafo de um aniversariante, que acabou de completar dezoito anos e mal sabe o que fala, é digno de consideração. E talvez compreensão, a sua.

Dezoito, um dia, algumas horas e alguns segundos. E eu viveria tudo outra vez.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Desejando que você lesse, escrevi

Há sete anos. Lembro perfeitamente o que éramos e, hoje, sei muito bem o que nos tornamos: estranhos. A indiferença tomou conta, dando todo espaço para novas amizades substituírem o vazio que você, quando foi embora sem dar tchau, deixou.
Pois bem, voltando uns sete anos, éramos tão chegados. Amigos, confidentes, parceiros, irmãos e tinha quem dissesse que éramos namorados, lembra? Mas isso foi no começo, assim que começamos nos falar.
Lembro, ainda, que você tinha os mesmo gostos que eu. Ora, hoje em dia já não sei mais qual seu gosto. Se eu sei, não lembro. Não é que eu queira não saber mais sobre você, não é que eu deseje ficar longe, perdendo todo contato e vínculo que tenho contigo, mas é culpa da possibilidade, culpa da única opção que você me deixou. E tenho dito.
Pensei em ligar quinze vezes ou mais, até você entender que seu amigo sou eu e que, não, você não pode e nunca poderá ter outro amigo igual a mim. Mas não o fiz, e talvez isso tenha feito a diferença. Pensei em chamá-la pra sair. Aliás, até chamei.
Um relacionamento estável, de colegas, nunca me interessou. Sou egoísta, quero sua amizade por completo e é justamente assim que me dei a você todo esse tempo: por completo.
Até posso escrever mil coisas aqui, desejando que essas mil coisas a toquem, mas sei que seria inútil. Conheço, apesar de agora distante, todo seu jeito de ser.
O que nunca pude foi esquecer os momentos com você, pois seria o mesmo que, como dizem, “tapar o sol com a peneira”. Seria como fingir que nada faz diferença, que tudo foi em vão e eu não dou a mínima. Seria mentira.
São muitas suas opções de vida, acredito, e desejo que todas dêem certo e que você possa escolher a que julgar melhor. Que você tenha muitas possibilidades, que possa escolher seus amigos e que não mais me escolha, pois conheço pessoas bipolares e com transtornos de personalidade, mas você é demais. E confesso, ainda, que não suportaria outra "perda" dessas, pois fez e ainda faz toda diferença.
Ah, feliz aniversário atrasado. Não tive coragem e nem estômago de lhe desejar no dia, porque não suportaria sua resposta. E não queria pensar que você poderia estar tramando uma super-festa, para seus super-novos-amigos e eu não iria. Egoísmo meu.

Segunda-feira, 7 de março de 2011.